domingo, 25 de abril de 2010

UMA MANHÃ EM NOVA YORK

Poderia ser uma manhã como outra qualquer.
Eis que um sujeito desce na estação do metrô de Nova York, vestindo jeans, camiseta e boné. Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, foi praticamente ignorado pelos passantes que, alheios à qualidade da música que executava, aparentavam ter coisas mais importantes a fazer naquele momento.
Lógicamente eles não sabiam que aquele músico era JOSHUA BELL, um dos maiores violinistas do mundo, executando músicas consagradas, através de um Stradivarius de 1713.
Esse mesmo músico, alguns dias antes, havia se apresentado no Symphony Hall de Boston, onde o ingresso mais barato custou a bagatela de mil dólares.
A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
E eles chegaram à conclusão de que:
- estamos acostumados a dar valor às coisas somente quando elas estão inseridas num contexto.
Aquele músico famoso, tocando numa estação de metrô, era apenas uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.
Afinal, o que vale para nós algo sem marca, sem preço e sem grife? Não estamos acostumados com o fato do mercado definir o que podemos ter, sentir, vestir ou ser? Os nossos sentimentos e a nossa apreciação da beleza não são manipulados pela mídia?
Será que devemos continuar valorizando somente aquilo que tem uma etiqueta de preço de uma marca consagrada?
A partir desse texto você pode fazer uma boa reflexão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário